Que força tem Édipo Rei para continuar a exercer contínuo fascínio sobre as gerações mil e quinhentos anos passados de sua estreia em Atenas? Desde o século IV a.C., Aristóteles já situava a tragédia de Sófocles entre as mais perfeitas realizações do gênero, para ele, supremo. O século passado viu o herói grego deitar-se no divã de Freud para representar a pulsão erótica que todo filho experimenta pela mãe na infância. Nem os rigores da forma, nem os descaminhos da psicanálise são explicações suficientes. A princípio o destino de Édipo seria fonte de estranhamento e horror apenas: ele, que mata o pai e deita-se com a mãe, gerando filhos que vêm a ser seus irmãos. Não nos diria respeito, uma vez que nada perpetramos de tão terrível. No entanto, identificamo-nos com ele porque seus atos são fruto da ignorância mais profunda. Seu sofrimento nos lembra que nenhum de nós pode afirmar com certeza quem é e que futuro lhe aguarda. Assim, por meio da poesia de Sófocles, sua dor comunica-se a nós e engendra o processo catártico, que, para Aristóteles, é fruto da experiência estética. Por mais paradoxal que pareça, somos todos Édipo. Esta tradução atualiza o texto de Sófocles para o português atual, sem perder de vista o que a tragédia grega tem de peculiar.
- Cor: Não informado
- Largura: 21
- Marca: EDIPRO
- Medida2: Não informado
- Peso: 400
- ISBN: 9788552100386
- Gênero: Não informado
- Formato: Não informado
- Ano: 2018
- Edição: Não informado
- Origem: Não informado
- Encardernação/Acabamento: Brochura
- Idioma: Não informado
- Pais: Não informado