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ILUMINURAS
Product ID: 363942
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Escuro

Escuro

Marca: ILUMINURAS Referência: 9788573214819


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Tudo começa a partir da memória pessoal, de um acaso e uma iluminação. À noite, ao deitar-se, outra noite se sobrepõe à do presente, e com ela, como num desfile de beleza e de terror, surgem, do passado, a alegria dos momentos da infância, como também a própria história, com raízes profundas na vida e na imaginação europeia ? e por que não dizer, em nossa própria vida, já que, brasileiros, somos frutos deste mesmo sonho, para o bem e para o mal. São camadas de tempo que a sonda sensível da poeta Ana Luísa Amaral, uma das mais importantes da poesia portuguesa contemporânea, parece arrancar do fundo do escuro e expor à luz do presente, logo no primeiro poema deste livro. Estas camadas, por assim dizer, coabitam neste mesmo momento de crise do capitalismo, em que lemos jornais e deparamos, atônitos, com ?a violência de ser em cima desta terra?. Ou, como diz a poeta, tudo passa por um mesmo corredor. Ao lembrar a infância, ?a cama e as cascatas frescas dos lençóis/ macios como estrangeiros chegando a país novo?, memória pessoal e história se encontram, entroncadas. Seria impossível ler Escuro sem topar com Mensagem, de Fernando Pessoa, que já ecoava, em outro plano, Os Lusíadas, de Camões. Mas aqui a mitologia petrificada portuguesa parece ser questionada a partir do presente, quando o mito já se sabe mito e o que ocultava. ?Comecei a formar-me/ a partir do mito?, escreve a poeta em ?Nevoeiro? (que dialoga com outro nevoeiro, o de Pessoa). Essa consciência ilumina as três partes de Escuro: ?Claro-escuro?, com dois poemas, um de recorte lírico e outro com uma voz narrativa mais ampla, em que as raízes do processo do colonialismo europeu são postas do avesso, com saques e destruições ?em nome de um equilíbrio novo?. Na parte central, chamada ?Por que outra noite trocaram o meu escuro?, a poeta dá voz ao passado, seja a partir da ?cobiça dos poderosos?, seja a da ?sede dos mais pequenos por moedas?, além de pôr em cena as torturadas vozes femininas ? daquela mulher, rainha ou não, que ?estava ali, de lado?. Na última parte, ?Em outra fala?, o futuro ecoa neste corredor do tempo, na busca de um ?outro mundo de harmonia e sons?. E todas as vozes se reúnem, por fim, no lirismo de ?O drama em gente: a outra fala?: ?O lume que as sustenta,/ a estas vozes,/ é mais de dentro, e eu não sei o que dizer?. A Europa que emerge destes poemas não é mais a contemplativa e melancólica de Pessoa, mas aquela que ?não tem olhos, nem mãos, nem fita nada?. Uma Europa ?sem esfinge que deslumbre?.(Heitor Ferraz Mello) Matérias relacionadas: Lendo o Escuro é que encontramos a luz

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  • Cor: Não informado
  • Largura: 22
  • Marca: ILUMINURAS
  • Medida2: Não informado
  • Peso: 158
  • ISBN: 9788573214819
  • Gênero: Não informado
  • Formato: Não informado
  • Ano: 2015
  • Edição: Não informado
  • Origem: Não informado
  • Encardernação/Acabamento: Brochura
  • Idioma: Não informado
  • Pais: Não informado